Escrito por Jetro de Oliveira:
Primeiro Hino do Hinário de 1933 |
Foi somente em 1933 que o primeiro hinário com música foi lançado, o antigo Hinário Adventista. “Podemos afinal annunciar que o novo hymnario com musica estará á venda quando esta noticia chegar a nossos leitores. O hymnario contém muitos dos bons hymnos antigos, do Cantae ao Senhor, e muitos outros novos, e todos elles acompanhados de musica, o que torna desnecessario o uso de livros supplementares.”
E. H. Wilcox escreve na Revista Adventista de dezembro de 1933 incentivando a implantação do novo hinário, mencionando que algumas igrejas de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul já estavam usando o “novo” hinário. “Sem dúvida, muitas egrejas e grupos estão esperando ansiosamente para começar a usar esse hymnario. É bom estabelecer certa data e então começar, dessa data em diante, a adoptal-o officialmente, só annunciando os hymnos desse hymnario.” Wilcox louva o trabalho da Casa Publicadora que conseguiu materializar um sonho que parecia impossível, unir letra e música em um hinário adventista em português, e ainda a um custo considerado razoável de 12$000, quando muitos criam que tal hinário não poderia custar menos de 20$000. Ele também incentiva a organização de pequenas classes de música nas igrejas, e que dediquem semanalmente entre 15 e 20 minutos para o aprendizado dos hinos.
O Hinário Adventista trouxe alguns hinos para os jovens, assim como uma série de alterações editoriais em relação aos hinários anteriores. As principais modificações foram feitas nas letras dos hinos. Dos hinos presentes na 1ª. edição do "Cantae ao Senhor" somente 10 foram aproveitados no Hinário Adventista sem nenhuma modificação. Da 4ª. edição do Cantae ao Senhor, mais 2 hinos foram aproveitados sem nenhuma alteração. Nos demais hinos que foram reaproveitados do Cantae ao Senhor, podemos observar profundas modificações de letra, havendo ainda uma pequena quantidade de hinos com pequenas modificações e mais alguns hinos que foram omitidos por completo.
Em julho de 1943 a Revista Adventista publicou na seção de notas e notícias, um chamado de contribuições editoriais para a nova edição do Hinário Adventista, que deveria ficar pronta em aproximadamente 3 meses. Este “chamado” teve como principal objetivo melhorar as letras dos hinos, dando uma clara demonstração da insatisfação existente nesta área. Esta breve nota também indica que a nova edição traria 17 novos hinos. Esta adição de 17 hinos foi vendida inicialmente como um suplemento, mas depois foi incorporada ao Hinário Adventista em suas últimas edições. Podemos afirmar que esta adição de “novos” hinos demonstra o grande interesse da Igreja em ter ainda uma maior quantidade de hinos em português.
Buscando satisfazer este desejo da Igreja por novos hinos, em abril de 1950, a já referida seção de notas e notícias da Revista Adventista, trouxe a seguinte novidade: “É sempre muito apreciado um novo hino, com música. Os adventistas são um povo que gosta de cantar. ´Cantemos durante o dia, e à noite sonhemos com o céu´ é um conselho que vale a pena ser tomado em consideração. Pois Revista Adventista virá ao encontro dessa vontade de cantar, de nosso povo, trazendo, durante o ano, em cada número um novo hino, com música. Assim é que neste número aparece o lindo hino Conta-me a História de Cristo. Para o próximo número já temos pronto outro: Vem, meu Libertador! São todos hinos muito lindos, que não figuram no Hinário Adventista, e muito apropriados para serem cantados por quartetos e coros. Os hinos aparecerão mais ou menos do tamanho da página do nosso Hinário, de maneira que poderão ser recortados e colados no hinário.”
Com esta iniciativa, vários hinos “novos” foram incorporados ao repertório de canto congregacional da Igreja Adventista no Brasil. Alguns destes hinos permanecem em uso até os nossos dias, como por exemplo: "Tenho Um Hino no Meu Coração".
É também Dario Araújo que nos informa que “os tipos de impressão não resistiram mais edições do Hinário Adventista, pelo que foram fundidos.” Foi a partir de então, que o Hinário Adventista passou a ser impresso em versão somente com letra, sem música, já que havia por parte da liderança da Igreja o desejo de produzir um novo hinário.
Fonte: UNASP (EC)