Luiz Waldvogel (à esq.) (1897-1990) |
Pastor, escritor, tradutor, redator da Casa Publicadora Brasileira (CPB). Nasceu no dia 27 de outubro de 1897, em Santa Cruz da Conceição (SP). Era filho de Maria Augusta (brasileira descendente de alemães) e João Conrado Waldvogel (suíço).
Passou a infância em sua terra natal. Era calmo e tranquilo, e, embora morasse em uma cidade onde os professores apareciam uma vez por mês, concluiu o curso primário de forma honrosa na escola pública de "Vila Natal".
Aproximadamente aos sete anos de idade, uma parente da família começou a enviar do Rio Grande do Sul cartas e revistas (O Arauto da Verdade), publicado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Nessa mesma época, foi enviado a Santa Cruz da Conceição o pastor Frederico Spies, que iniciou estudos bíblicos suplementares com a família. Sua mãe e irmãs converteram-se; seu pai, porém, não aceitou a doutrina adventista.
Neste mesmo período, chegou na região o vírus da varíola. Doença não tratável na época, dada a precariedade na área médica. Catorze pessoas faleceram de varíola e entre elas, três irmãos de Luiz: Leopoldo, Conrado e Helena. A comunidade começou a culpar os sabatistas pela tragédia e com o pai de Luiz não foi diferente.
Aos 12 anos Luiz ajudava o pai no armazém de secos e molhados da família e mesmo não sendo batizado, recusava-se a vender bebidas alcoólicas e a trabalhar aos sábados. Enquanto a mãe o apoiava, o pai o repreendia insistindo em que ele o fizesse. Isso causava-lhe revolta e desejo de fugir de casa para ser livre. Porém, continuou fiel ao seu lar até o dia em que seu pai faleceu quando estava com 17 anos de idade.
Muito abatido com a morte de seus queridos, decidiu aceitar o convite para estudar no Seminário Adventista, atual UNASP. Partiu de casa rumo a Santo Amaro, no dia 8 de abril de 1916, onde Gustavo Storch o esperava, e juntos caminharam até o Seminário. Completou o número de 35 alunos e foi levado para o seu quarto, que fora construído para ser um galinheiro. Meses depois, os alunos foram transferidos para o sótão do edifício. Em meio às suas atividades, manifestou o desejo de ser batizado e no dia 15 de novembro de 1916, juntamente com Silvestre Toddai e Gertrudes Adam foi batizado.
No dia 15 de maio de 1921, começou a namorar Isolina Avelino: “a linda pérola dos meus doces sonhos”, conforme dizia. No dia 8 de dezembro de 1922, ela estava entre as demais que se formaram na primeira turma do Seminário e que tinham como lema: “Rumo ao Mar”. Após a formatura, Luiz voltou para a CPB no dia 31 de dezembro de 1922, onde completou uma trajetória de 42 anos de trabalho. Por sua conduta, honestidade e respeito, o consideravam-no o “dono” da CPB.
No dia 23 de janeiro de 1923, Luiz e Isolina noivaram. Casaram-se no dia 3 de abril de 1923, sendo a cerimônia oficializada pelo pastor Ricardo Wilfart, e da união conjugal, nasceu Heloísa, no dia 2 de março de 1925, que casou-se com o pastor Geraldo Bökenkamp.
Isolina aceitou a mensagem adventista em uma série de conferências, e foi uma fiel companheira tanto no lar quanto no trabalho. Durante muitos anos, acompanhou o esposo na CPB compondo poesias, auxiliando nas revistas com conselhos e traduzindo vários hinos do hinário "Cantai ao Senhor", bem como aproximadamente 30 livros, sendo a maioria do "Espírito de Profecia".
Realizou Semanas de Reavivamento e várias palestras sobre seu assunto predileto: amor, noivado e casamento. Foi editor da revista "Nosso Amiguinho" durante três meses (em 1963), e conselheiro espiritual dos jovens através de sua coluna mensal, “Consultório da Juventude”, na Revista Adventista. Através desse trabalho ficou conhecido como Tio Luiz.
Após sua aposentadoria, mudou-se juntamente com a esposa para a "Rua Betânia", em Hortolândia (SP), em 1970. Ali permaneceu até 1980, quando sua esposa faleceu no dia 6 de julho de 1980, deixando-o inconsolável.
Continuou sua vida de trabalho, colaborando com a "Revista Adventista". Posteriormente, mudou-se para Brasília, indo morar com a filha. Escreveu aproximadamente 13 livros, e traduziu outros tantos. Por ocasião do seu nonagésimo aniversário, foi homenageado pela CPB, que hoje possui uma biblioteca com o seu nome e também a "Escola Adventista Luiz Waldvogel", em Santo André (SP).
Faleceu no dia 11 de agosto de 1990, aos 93 anos de idade. No Hinário Adventista, o pastor Waldvogel traduziu 7 hinos (nºs 1, 118, 258, 336, 374, 375 e 452).
Fonte: UNASP (EC)