A morte de Philip Paul Bliss (Colheita para o Mestre)

James McGranahan (1840-1907)/Philip Paul Bliss (1838-1876)

Quem pesquisa a respeito dos hinistas antigos, sem dúvida já ouviu falar de James McGranahan (1840-1907). Mesmo antes de se dedicar à música evangélica, ele já era amigo do famoso hinista Philip Paul Bliss (1838-1876). A sua história de sua conversão é emocionante, e mostra como Deus pode atuar das mais diversas maneiras possíveis. Eu os convido a ler a história abaixo:


Colheita para o Mestre

Mesmo as festividades do Natal, de Dezembro de 1876 não conseguiam afastar da mente de James McGranahan o bilhete que seu amigo Philip havia escrito para a ele apenas alguns dias antes do feriado. Leu repetidas vezes e quase decidiu se render à urgência daquela mensagem, porém, não o fez de imediato. Seus sonhos e ambição pessoal ainda eram demasiadamente preciosos. Como poderia desistir?

McGranahan era cristão e tinha um amigo crente, que se chamava Philip Paul Bliss, o qual estava muito preocupado com ele. Este amigo também era um músico talentoso o qual teve muitas experiências parecidas quando foi cantor na sua juventude. Contudo, sentiu-se tocado pela chamada do Senhor na sua vida e rendeu-se à Ele, dedicando-se em tempo integral à sua obra.

Apesar de ser apenas dois anos mais velho do que McGranahan, Philip Bliss, com 38 anos, já tinha doze anos de dedicação ao trabalho cristão. Na época, servia como cantor solista do evangelista Major Daniel Webster Whittle (1840-1901). Ah, E como ele se sentia tocado quando as multidões que se juntavam para as campanhas, eram impactadas pelo mover do Espírito Santo através da música! E como almejava que seu amigo James também tivesse essa mesma experiência!

Philip Bliss e sua esposa estavam se preparando para uma viajem para a Pensylvania para passar o Natal em casa. Havia muito a ser feito, mas em meio a tanta agitação e preocupações, Bliss sentiu-se estranhamente compelido a fazer uma breve interrupção e escrever uma carta para o seu amigo, McGranahan. Pensava muito nele, que tinha 36 anos de idade, que ainda estava estudando música e se preparando. Preparando-se para o quê? Para ser cantor de ópera ou para servir ao Senhor?

Na medida em que escrevia, Bliss orou para que o Senhor entregasse à ele as palavras corretas. Ele sabia que Deus tinha um plano na vida de James e tinha um desejo muito grande no seu coração, que ele tomasse a decisão correta.

Finalmente, a carta ficou pronta. Necessitando de coragem e aprovação para o que estava escrito, leu a carta para o Major Whittle. No texto, ele comparava a longa formação musical de McGranahan, à um homem afiando sua foice para a colheita. O ponto culminante do assunto, foi quando escreveu: "Pare de afiar a foice e venha colher para o Mestre!"

A carta foi enviada e logo alcançou seu destino. As palavras tocaram James McGranahan como nunca tinha acontecido antes. Não conseguia pensar em nada mais. "Colher para o Mestre... colher para o Mestre... colher para o Mestre!" Dia e noite as palavras estavam diante dele.

Uma semana mais tarde, dia 19 de Dezembro de 1876, o homem que havia escrito estas palavras estava morto. O trem em que viajava Philip Paul Bliss e sua esposa, com destino a Chicago, onde tinha um compromisso para cantar no Tabernáculo Moody, sofreu um acidente na ponte Ashtabula, Ohio. A composição despencou de uma altura de 20 metros e pegou fogo. Entre as 100 pessoas que pereceram no desastre, estava o cantor evangélico, de 38 anos de idade, Philip P. Bliss e sua esposa.

Assim que ficou sabendo da tragédia, James McGranahan foi imediatamente para o local do acidente. Foi alí que encontrou, pela primeira vez, o Major Whittle.

Mais tarde o evangelista iria se recordar daquele momento: "Aqui, na minha frente, está o homem que Bliss escolheu para ser seu sucessor."

Os dois homens fizeram a viajem de volta para Chicago, juntos. Na viajem, conversaram muito. Antes de chegar a Chicago, James McGranahan decidiu entregar sua vida, seus talentos e tudo o que tinha para servir ao Senhor. Ele decidiu "colher para o Mestre!"

O mundo evangélico perdeu uma estrela naquele dia do acidente, mas o cristianismo ganhou uma de suas mais doces vozes evangélicas. James Granahan foi grandemente abençoado e usado nas campanhas evangelísticas nos Estados Unidos, Inglaterra e Irlanda.

São suas as melodias de inúmeros hinos de Hinários Evangélicos, como: Chuva de Bênçãos, Perto do Lar, Cantarei de Jesus Cristo, Cristo Não Tarda a Voltar, Será de manhã?,  Vinde a Mim, Perdão, Poder e Paz, entre outros.

E você, quer também colher para o Mestre?


Fonte: Harpa Digital